07 novembro 2016

The Storm


De dentro da janela do quarto, eu via as folhas amareladas caírem uma a uma no quintal. Era outono. Já foi minha estação preferida, mas agora eu não tinha tanta certeza disso. Mas um mês havia se acabado e eu sabia que eu não tinha mais motivos para eu ainda pensar em você... mas era inevitável. Juntos observávamos o pôr do sol da sacada do meu quarto. O espaço era pouco, eu sentia sua respiração em minha nuca, me causando arrepios. Sua pele era macia, o que me fazia querer te abraçar cada vez mais e mais. Bom, esse era apenas um dos motivos dessa minha vontade, claro. Ligo a tela do meu celular e já era de se esperar, nenhuma mensagem. A foto de plano de fundo mostrava eu e minhas amigas, na porta do pequeno teatro da cidade. A lembrança que você segurando a câmera me veio a mente. Droga, além de entrar na minha vida, ainda fez questão de entrar na de pessoas que frequentam a minha vida. Havíamos acabado de tomar um café com seus pais. Você me prometia nunca me deixar. Estávamos namorando a um mês e cinco dias, e isso era uma coisa que eu jamais imaginara que fosse acontecer em minha passada vida monótoma. Quer dizer, eu sempre fui uma garota muito quieta e na minha, e você foi uma das únicas pessoas que conseguiu abrir um espacinho para saber além dessa minha característica. É que eu nunca imaginei que você fosse terminar comigo, justo naquele dia. É que eu estava tão, mas tão apaixonada na época, que não conseguia ver a realidade bem na minha frente. É que eu me entreguei intensamente nesse amor, e foi como um elástico que você soltou. Desculpa se eu sou flor, e você é o vento que me leva pra longe, me separando de tudo e de todos. Talvez a única coisa que faria bem agora seria uma calmaria, antes de vir a tempestade que é pensar em você novamente.

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