14 novembro 2016

Sobre a sorte de ter na minha vida

Faltando dez minutos para as três, peguei minhas coisas, um guarda-chuva, e sai de casa, na ventania, na direção de um ponto de ônibus. No meio do caminho descobri que meu guarda-chuva estava mais quebrado do que eu tinha visto na última vez, se redobrando toda hora e me fazendo passar raiva. A chuva estava meio forte. Quando cheguei no ponto de ônibus, que por sorte era coberto, eu estava mais molhada do que esperava. Deu menos de cinco minutos, o ônibus virou a esquina, e logo eu estava dentro dele. Coloquei o fone de ouvido e dei play naquela nossa música. Cenas fortes sempre me veem na cabeça quando ouço essa música. Um tempinho depois, chegando no ponto aonde o ônibus pararia, me levantei e fiquei na espera. E ele passou reto. Argh. Ok, ele vai parar na frente da pracinha ainda, não é? Vai demorar um pouco mais, mas realmente é uma alternativa melhor. A questão é que eu me distraí um pouco, e me perdi na contagem de quarteirões. O ônibus passou reto de novo. Me levantei e solicitei uma parada, e ele acabou parando um tempinho depois, vários e vários metros depois de onde era pra ter parado. Desci do ônibus bufando, pensando que eu tinha sido trouxa, e poderia ter solicitado a parada antes se tivesse prestado atenção no caminho.
Me orientei na rua que eu tinha descido, e comecei a andar. O guarda-chuva quebrado fez questão de me fazer passar ainda mais raiva. Continuei andando, desviando de poças de lamas. Uns cinco minutos depois, o que mais pareceu uma eternidade, eu cheguei na sua casa, dando de cara com sua irmã, que abriu o portão pra mim.
Você riu do meu estado. Eu estava bem molhada. Tirei meu tênis e minha meia, e depois minha blusa de frio, pois não seria útil dentro do seu quarto, que já parecia uma sauna. Você me puxou para um abraço e me perguntou porque eu estava tão molhada. Eu ri e comentei que era uma longa história, mas que não tinha mais tanta importância, agora. A raiva que eu tinha sentido por minha trouxisse me parecia uma história muito inútil quando eu tinha você do meu lado agora. A única coisa que eu sentia era amor e gratidão por ter você ao meu lado.

Um comentário:

  1. Acho lindo quando as coisas ruins simplesmente desaparecem, os sentimentos ruins vão embora, só porque a gente está com quem gosta. E isso é tão real. A gente olha pra pessoa e tudo passa... rs
    Lindo texto!

    Beijos!
    www.jadeamorim.com.br

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